07 setembro 2017

A Brazileira em selos

A Brazileira de Braga abriu portas ao público num domingo, dia 31 de março de 1907, coincidindo a sua abertura com as manifestações de regozijo dos moradores locais pelo início das obras de construção do edifício que se tornaria emblemático e que lhe está defronte, destinado às várias repartições públicas.
Pela iniciativa de Adolpho d`Azevedo, um ilustre comerciante portuense, seu proprietário, A Brazileira instalou-se no prédio que faz esquina com o Largo Barão de S. Marinho e a Rua de S. Marcos (nºs 17-18 e 2-8, respetivamente), assumindo a condição de estabelecimento especial de café do Brasil e propondo-se vender e propagandear outros produtos brasileiros. A par deste objeto, estendia a sua atividade à comercialização de especiais azeites, vinhos finos e de consumo da Parceria Vinícola de Lavradores do Douro.
A imprensa local dava conta que, num ato de invulgar promoção, a casa oferecia todos os dias, exceto aos domingos, desde as duas horas da tarde até às oito horas da noite, uma chávena de café, a todos os seus fregueses que comprassem pelo menos meio quilo do referido produto.
Esta ideia inovadora profetizava já um caminho de sucesso que hoje é possível confirmar. Passaram mais de cem anos e apesar das múltiplas mudanças, de gerência, de hábitos, de regras de mercado, continua a ser uma referência dos bracarenses e daqueles que visitam a cidade. Por isso, foi justamente escolhida para figurar numa série de selos alusiva aos “Cafés Históricos”, posta a circular pelos CTT nos finais do passado mês de agosto.
De parabéns estão os atuais proprietários, que em tempo oportuno apostaram em dar vida a uma casa que parecia agonizar; os seus fiéis clientes; todos os bracarenses e a cidade de Braga.