O exponencial crescimento da
atividade postal depressa tornou inadequadas as instalações dos Correios da
cidade, arrendadas na avenida da Liberdade ao conselheiro Serafim Guimarães.
Essa realidade constatou-a o Diretor Geral dos Correios na sua visita a Braga,
em março de 1914, prometendo na altura, uma solução que poderia passar pela
aquisição ou construção de um edifício próprio. Em novembro do mesmo ano o
Comercio do Minho propalava a existência de negociações para a compra do edifício do teatro de S Geraldo, hipótese que foi
alimentada durante alguns tempos e depois abandonada.
O mesmo jornal, na sua edição de 30mar1916,
noticiava que “Foi superiormente autorizada a compra de terreno na rua
transversal entre o campo dos Remédios e a avenida da Liberdade, pertencente à
Misericórdia, para a construção do prédio destinado à instalação dos serviços
dos correios, telégrafos e telefones”.
Em abril de 1917 o conselho de
ministros aprova o contrato de construção, adjudicando a obra ao senhor
Domingos José Afonso, que foi célere na sua iniciação, cumprindo os ditames do
despacho. Orçamentada inicialmente em 25.000$000, valor que se previa
insuficiente para a imponência pretendida, logo o ministro da tutela se
manifestou recetivo ao ajustamento
devido.
O projeto do edifício foi
entregue ao engenheiro-capitão Francisco Maria Henriques enquanto Moura
Coutinho se encarregou da arquitetura interior.
A celeridade que mediou a ideia
da construção e a sua iniciação, lamentavelmente não acompanhou o posterior
percurso da obra. Vicissitudes várias, a que não são alheias as consequências
do conflito mundial, da crise financeira internacional e até da instabilidade
política nacional, emperraram e até paralisaram os trabalhos. Sucederam-se
litígios com os vários empreiteiros, antes e depois da revolução de maio de
1926, que ainda assim encontrou a obra em estado avançado.
Em 1930, passada uma dúzia de
anos do seu início, foi finalmente dado por concluído o edifício, amputado no
seu projeto primitivo. Infelizmente, por falta de mobiliário, a sua ocupação
não foi imediata.
A inauguração ocorreu no dia 14
junho de 1932. Prevista para as 19H00,
só se realizou depois das 23H00, por não terem podido chegar mais cedo os
membros do governo que deviam presidir ao ato, e que, foram inaugurar a estrada
de Braga a Chaves.
Durante décadas este edifício
serviu cabalmente os desígnios para que foi criado e esteve intimamente
associado à vida dos bracarenses que viam nele uma referência urbana, não só no
seu aspeto arquitetónico mas também pela sociabilidade que impunha.
Garantidamente poder-se-á afirmar que poucos serão os bracarenses que não
transpuseram os dois degraus que separavam a rua do átrio de atendimento.
No início do presente século o
edifício foi alienado e adaptado a outras finalidades, mas para gerações de
bracarenses será sempre conhecido pelos CORREIOS.

