19 junho 2016

O VELHO EDIFÍCIO DOS CORREIOS DE BRAGA


O exponencial crescimento da atividade postal depressa tornou inadequadas as instalações dos Correios da cidade, arrendadas na avenida da Liberdade ao conselheiro Serafim Guimarães. Essa realidade constatou-a o Diretor Geral dos Correios na sua visita a Braga, em março de 1914, prometendo na altura, uma solução que poderia passar pela aquisição ou construção de um edifício próprio. Em novembro do mesmo ano o Comercio do Minho propalava a existência de negociações para a  compra do edifício  do teatro de S Geraldo, hipótese que foi alimentada durante alguns tempos e depois abandonada.
O mesmo jornal, na sua edição de 30mar1916, noticiava que “Foi superiormente autorizada a compra de terreno na rua transversal entre o campo dos Remédios e a avenida da Liberdade, pertencente à Misericórdia, para a construção do prédio destinado à instalação dos serviços dos correios, telégrafos e telefones”.
Em abril de 1917 o conselho de ministros aprova o contrato de construção, adjudicando a obra ao senhor Domingos José Afonso, que foi célere na sua iniciação, cumprindo os ditames do despacho. Orçamentada inicialmente em 25.000$000, valor que se previa insuficiente para a imponência pretendida, logo o ministro da tutela se manifestou recetivo  ao ajustamento devido.
O projeto do edifício foi entregue ao engenheiro-capitão Francisco Maria Henriques enquanto Moura Coutinho se encarregou da arquitetura interior.
A celeridade que mediou a ideia da construção e a sua iniciação, lamentavelmente não acompanhou o posterior percurso da obra. Vicissitudes várias, a que não são alheias as consequências do conflito mundial, da crise financeira internacional e até da instabilidade política nacional, emperraram e até paralisaram os trabalhos. Sucederam-se litígios com os vários empreiteiros, antes e depois da revolução de maio de 1926, que ainda assim encontrou a obra em estado avançado.
Em 1930, passada uma dúzia de anos do seu início, foi finalmente dado por concluído o edifício, amputado no seu projeto primitivo. Infelizmente, por falta de mobiliário, a sua ocupação não foi imediata.
A inauguração ocorreu no dia 14 junho de 1932. Prevista para as  19H00, só se realizou depois das 23H00, por não terem podido chegar mais cedo os membros do governo que deviam presidir ao ato, e que, foram inaugurar a estrada de Braga a Chaves.
              
Durante décadas este edifício serviu cabalmente os desígnios para que foi criado e esteve intimamente associado à vida dos bracarenses que viam nele uma referência urbana, não só no seu aspeto arquitetónico mas também pela sociabilidade que impunha. Garantidamente poder-se-á afirmar que poucos serão os bracarenses que não transpuseram os dois degraus que separavam a rua do átrio de atendimento.
No início do presente século o edifício foi alienado e adaptado a outras finalidades, mas para gerações de bracarenses será sempre conhecido pelos CORREIOS.


30 maio 2016

Painel de parede



Nova investida no mundo dos trabalhos em madeira.Agora para dar visibilidade a um outro trabalho que segue as caraterísticas do anterior, no que concerne às dimensões e tipo de madeira utilizada. Ligeiramente maior (44 x 23,5 cm) e igualmente em pinho americano e mogno, diferencia-se sobretudo pelo desenho, conseguido pela alternância de duas colunas de larguras diferentes e cor clara, separadas por estreitas ripas de mogno. No acabamento foi utilizado óleo de linhaça.
Neste processo de aprendizagem nem tudo corre de acordo com o delineado, como no caso presente, mas são nos dadas pistas para que as futuras experiências tendam a caminhar para o resultado pretendido.








16 abril 2016

Painel decorativo

Esta é uma nova vertente no campo das manualidades, à qual aderi inteiramente, dando curso a ideias originais e outras sugeridas em páginas do género.
O exemplar publicado é um painel decorativo que combina a diversidade das cores da madeira utilizada com a alternância posicional dos vários blocos retangulares, dando uma imagem sequencial de cruzes simétricas.
O quadro tem as dimensões de 43x22,5 cm, incluindo a moldura, e foi confecionado em madeira de pinho americano (claro) e mogno (escuro), com acabamento de cera.
Chamaram-me à atenção, e reconheço a autoridade do reparo, por ter utilizado uma cera de cor. Efetivamente, a sua aplicação tornou menos visível o confronto das cores, aproximando a tonalidade mais clara da mais escura, o que na verdade não era o que se pretendia. Ao usar a cera em detrimento de um óleo, pretendia-se iludir algumas imperfeições do conjunto, objetivo atingido parcialmente.
O futuro promete melhores apuros.