19 março 2011

Braga, Braga, Braga... vamos pr`á vitória

Como bracarense e braguista que sou, acompanhei com todo o interesse a transmissão televisiva do jogo que opôs o Liverpool ao Braga e que decidiu a passagem de uma das equipas aos quartos de final da Liga Europa. Ciente do desequilíbrio entre as duas formações, a tender substancialmente para a formação inglesa, evidente pelo seu suporte financeiro, historial conhecido e pelo apoio da massa adepta, sempre acalentei a esperança que o meu clube ultrapassaria este obstáculo.


São conhecidas as assimetrias entre qualquer clube da primeira liga inglesa e outro da liga portuguesa não incluído no “top três”, daí que, batalhando com inferioridade de meios, são de enaltecer atos de rebeldia e ousadia que contrariem a superioridade conhecida e dêem razão àqueles que afirmam que a bola é redonda, e que num jogo de futebol tudo pode acontecer.

Não o pensa assim, ao que me pareceu, a pessoa convidada a comentar o jogo em estúdio. Não ponho em causa os conhecimentos que terá de futebol, necessariamente muito superiores aos meus, nem tão pouco o espírito de isenção com que procurou nortear o exercício daquela função , que neste caso e no meu entendimento foi um autêntico desastre.

Para ele o jogo disputava-se entre duas equipas: O Liverpool e outra, tal era o fervor com que enaltecia as potencialidades da primeira, que, a todo o momento lembrava, como que a justificar parte do insucesso, jogava sem uma das suas pedras basilares. O Braga, sempre que perdia a bola ou não consumava um ataque, ainda na opinião avalizada do comentador, era por falta de rigor tático, inexperiência, ou fraca qualidade dos seus jogadores. Adivinhava a todo o momento a morte do jogo, bastando para tal um único golo da equipa visitada. O tempo faria o resto. O que felizmente não aconteceu.

Impressionou-me o fervor demonstrado. A mim e a quem me acompanhava, que diga-se, é um leigo em questões de futebol. E manter-me-ia impressionado se o referido comentador, já na parte terminal do jogo, não desse a dica esclarecedora. É que o homem, disse-o, nutria uma certa simpatia pelo Liverpool.

Esta tirada também me poderá esclarecer quanto às intenções e visão comercial da Sportv. Será que esta estação, difícil que está a expansão em mercado luso, e embora o português não seja idioma do domínio das gentes do outro lado do canal, quererá meter uma lança em África, diga-se Inglaterra?

Não. Acho que não. Tudo não passou de uma noite infeliz. Do comentador e também do Liverpool.

Viv`ò Braga!